terça-feira, 29 de março de 2011

Mais fogo que ferro.

 Sabe, a gente reclama da escola, dos professores, dos colegas, de acordar cedo, de estudar, de tarefa, de tudo. Mas, eu acho que, na verdade, a gente não sabe o que tem nas mãos mesmo. Essa noite, minha escola pegou fogo. Assim, simplesmente. Teve um incêndio, queimou 300 carteiras, destruiu um laboratório, um guarda se machucou, uma parte de uma sala do segundo andar desabou. E agora, a gente fica aqui, sem poder fazer nada, sem poder sequer ajudar.
 Eu sei que a chance de alguém da direção ler meu blog é mínima, mas, caso leia, por favor, eu quero que saibam que, não só eu, mas todos os seus alunos, estamos à sua disposição, para o que for preciso. Parece que não, que nós queremos enlouquecer vocês, que odiamos isso tudo, odiamos o mundo e a vida, e ficamos revoltados sem causa alguma. Mas a verdade é que, ainda que bem no fundo, nós amamos estudar lá, amamos ter aulas com vocês (ok, nem tanto também). Mas gostamos bastante, sim.
 De uma forma ou de outra, nós todos passamos uma boa parte dos dias lá, conhecemos as pessoas mais importantes nas nossas vidas lá dentro, tem algo emocional. E é disso que nós não queremos, não podemos e não vamos esquecer, nunca. Esse incêndio acabou de marcar nossa memória, porque não dizer, a ferro e fogo. Mais fogo que ferro. O mesmo fogo que arrasou uma escola, e que uniu quem estudava lá, gente que não se gostava, ou que não se falava, ou ainda nem se conhecia. E o que fogo marca, não apaga. Seja bom ou ruim.

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