terça-feira, 29 de março de 2011

Mais fogo que ferro.

 Sabe, a gente reclama da escola, dos professores, dos colegas, de acordar cedo, de estudar, de tarefa, de tudo. Mas, eu acho que, na verdade, a gente não sabe o que tem nas mãos mesmo. Essa noite, minha escola pegou fogo. Assim, simplesmente. Teve um incêndio, queimou 300 carteiras, destruiu um laboratório, um guarda se machucou, uma parte de uma sala do segundo andar desabou. E agora, a gente fica aqui, sem poder fazer nada, sem poder sequer ajudar.
 Eu sei que a chance de alguém da direção ler meu blog é mínima, mas, caso leia, por favor, eu quero que saibam que, não só eu, mas todos os seus alunos, estamos à sua disposição, para o que for preciso. Parece que não, que nós queremos enlouquecer vocês, que odiamos isso tudo, odiamos o mundo e a vida, e ficamos revoltados sem causa alguma. Mas a verdade é que, ainda que bem no fundo, nós amamos estudar lá, amamos ter aulas com vocês (ok, nem tanto também). Mas gostamos bastante, sim.
 De uma forma ou de outra, nós todos passamos uma boa parte dos dias lá, conhecemos as pessoas mais importantes nas nossas vidas lá dentro, tem algo emocional. E é disso que nós não queremos, não podemos e não vamos esquecer, nunca. Esse incêndio acabou de marcar nossa memória, porque não dizer, a ferro e fogo. Mais fogo que ferro. O mesmo fogo que arrasou uma escola, e que uniu quem estudava lá, gente que não se gostava, ou que não se falava, ou ainda nem se conhecia. E o que fogo marca, não apaga. Seja bom ou ruim.

domingo, 27 de março de 2011

Michael me ensinou,

 que você não precisa da aprovação de todo mundo pra ser feliz. Que o importante é ser você mesmo, sem se importar com o que os outros vão pensar. E que eles vão sempre pensar. Vão te julgar, te incriminar, tentar te derrubar. Mas, enquanto tiver alguém do seu lado, alguém que te ame, e te apóie, você pode fazer tudo.
 Não importa onde você esteja agora, Michael. Nós te amamos.



segunda-feira, 21 de março de 2011

Melhor

 E cada carro que parava ao lado dela fazia seu coração parar. Tinha que ser ele, uma hora seria. Não que ela soubesse como seria o carro, ou como ele estaria - já tinha uns bons meses desde a ultima vez. Mas uma hora, seria. Ela sonhava com esse momento, e já o imaginara milhões de vezes. Ela estaria de costas, ele iria chamá-la. E, antes que ela pudesse se virar completamente, ele a puxaria pelo braço, e a beijaria.
 Mas já faziam quase dois meses, e essa cena nunca chegou perto de acontecer. E essa era uma coisa com a qual ela não podia se conformar. Ele sabia os horários dela, os lugares onde estaria. E já havia prometido estar lá. Onde fica "lá", não importa. A promessa era de que estaria. E ponto. Mas ele nunca foi. Quando chovia, embaixo daquela árvore, ela apertava os olhos, numa tentativa de driblar a miopia e tentar enxergar um pouco além. Em vão. Antes que a esperança voltasse a dar as caras, ela via a van amarela a esperando do outro lado da avenida. Hora de ir embora. Não foi dessa vez.
 Talvez fosse mesmo ingenuidade da parte dela. Ele devia - e de fato tinha - coisas melhores para se preocupar. Talvez ela fosse só uma menininha, uma paixão que já passou. Mas, ela se lembrava sempre, não era isso o que ele dizia. Ele disse amor, com todas as letras, e expectativas que esse nome traz. Amor, e para sempre. Então é simples assim, amar? Simples assim esquecer, e acabar?
 E é quando ela enxuga as lágrimas, levanta o nariz já empinadinho, joga o cabelo e pensa; se for assim, muito obrigado. Eu consigo coisa melhor.

Explícito.

Não sei se voce já percebeu, mas essa distancia dói. Dói saber que acabou, que voce já esqueceu. Eu falo contigo, eu pareço até normal puxando assunto sobre matemática. Mas a ajuda que eu quero é outra. É aquela que voce não pode dar.