domingo, 20 de fevereiro de 2011

 Comer não é só pão e água. Se divertir não é simplesmente rir. Amizade não quer dizer festa. Amor é diferente de namorado. Pais são mais que mesada. Sinceridade não é desculpa pra grosseria. Eu quero mais que isso, mais do que o que está pronto, o que é comum. Eu quero viver, não só respirar. Eu quero amigos que me liguem pra saber se eu estou bem, não para onde nós vamos sair. Deitar na grama, olhar pro céu e rir sozinha, e saber que eu sou feliz. Amar a vida, o chão onde eu piso, as pessoas que eu vejo, o ar que eu respiro. Cantar desafinado e sem saber a letra só porque eu gosto daquela musica. Falar o que eu quero e o que eu penso, sem disfarçar, e ser entendida assim mesmo. Acordar assustada no meio da noite e ir dormir com os pais. Ficar horas no telefone, rindo de mim mesma e falando besteira, comer chocolate sem contar calorias, matar aula de vez em quando.
 Quer dizer, eu quero mais é viver.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Sobre ele.

 Eu deixei de acreditar em livre arbítrio, em que nós tomamos nossas decisões, nós sabemos o que fazemos da nossa vida. Na verdade, meu poder de decisão se limita a escolher de que cor eu vou pintar as minhas unhas. Às vezes, nem isso. Eu não escolhi quem ia amar, mas, quando aconteceu, eu me deixei prender. E agora, talvez seja tarde demais para mudar de ideia. Para tentar me apaixonar por alguém que não seja ele. Que, a quinhentos quilometros de distancia, prende meus pensamentos, invade meus sonhos e não me deixa em paz. Saudades daquele amor masoquista, que me fez sofrer, e chorar, e me matava por dentro. E de como eu machuquei, e fiz sofrer. Como eu errei, e senti os erros dele, entrando na minha pele, me perfurando. Eles nunca vão me abandonar. 
 Ele me fez ver como a vida é dura, as pessoas podem ser cruéis, e como nós mesmos podemos nos enganar. Me mostrou de perto o que é trair, mentir, enganar, e o que é ser traído, enganado. O quanto dói ver que tudo em que você acreditava ontem, não é verdade. Nunca foi. 
 Mas me mostrou também, que depois de toda tempestade tem um sol, e esse sol brilha mais para os que acreditaram nele. E eu te fiz ver que não é loucura acreditar em sonhos, que as pessoas podem ser muito más, mas todas elas tem um lado bom. Até eu tenho. Um lado bonito, puro, sincero, que normalmente eu me esforço para as pessoas verem. E que com ele era natural. Meu lado que gosta de romantismo, que não acha bobo ouvir uma musica feita pra mim, que escreve um livro de coisas boas (e bobas) só pra ele ver o quanto eu gosto dele. 
 E aqui estou eu agora. Escrevendo sobre o que eu amei, sobre coisas que eu talvez não tenha mais direito. Mas tudo isso continua vivo em mim, está na minha pele, nos meus sonhos, em cada coisa que eu vejo, cada lugar que eu passo e por onde ele também já passou. E as sombras do que nós fizemos juntos. Talvez ele seja meu amor, pra vida inteira. E mais além.